Por: Ele
(Não
entendeu o título do post? É uma boa oportunidade para eu lhe recomendar o filme “Arizona
Nunca Mais” com Nicolas Cage.)
Recepção
calorosa
Na
porta do Aeroparque há um local onde os taxis oficiais estacionam. Há a opção
de se pegar um carro que faz a corrida por um preço fixo ou sair do aeroporto e
pegar um dos táxis que ficam do lado de fora. Mas as histórias sobre pessoas
que são enganadas, vítimas dos golpes mais diversos, (li uma lista bem
criativa, capaz de fazer qualquer malandro da baixada fluminense ficar de
queixo caído antes de viajar) são tantas, que preferi não arriscar. Pegamos um
táxi oficial e observei se ele tinha o registro do motorista que deve estar na
parte de trás do banco dele, com os dados, incluindo nome e telefone. Anote tudo!
Mesmo! O taxista foi até simpático, perguntou de onde éramos e elogiou o
espanhol Dela. Achamos muita graça quando ao passar em frente a uma favela na
entrada da cidade ele comentou que era uma pena haver favelas lá, que em São
Paulo não tinha disso, mas a vida é assim. Rimos e explicamos que São Paulo
também tem, e muitas. Ele nos deu uma dica sobre onde comer uma parrilla ótima
e por um preço justo em Puerto Madero (depois conto essa história). Mas,
resumindo, esqueçam aquela história de que os taxis custam uma ninharia em
Buenos Aires e que é mais vantagem percorrer a cidade de táxi que de outra
forma. Do Aeroparque até nosso hotel, o Rochester Concept Buenos Aires, que
fica na calle Maipú, rua paralela à calle Florida e há cerca de dois
quarteirões do Obelisco, o que pelos meus cálculos dá uns dez quilômetros,
(claro que eu confirmei isso pelo google maps antes de postar aqui), e sem
fazer voltas, por que eu estava de olho no mapa o tempo todo, sabem o que dizem
sobre macaco velho... ficou por 100 pesos argentinos. Uma corrida de dez
quilômetros! Então, não foi mais barato que andar de táxi em São Paulo.
Chegando
ao hotel bem mais cedo do que o horário do Check-in deixamos as bagagens no
hall de entrada, devidamente acorrentadas, junto a um tanto de outras. O hotel
não é luxuoso, mas tem uma decoração moderna e é aconchegante ao seu modo, mas
a tentativa dos atendentes de falar em português, não estava ajudando muito, e
estava ficando mais difícil de entender que se estivessem falando em espanhol.
Tinha uma hora em que já não sabia mais que língua era aquela em que estávamos
falando, se era portuñol ou espanglês. Vou falar a verdade, não era nada bonito
de se ouvir não. Saímos pela cidade para explorar uma bela manhã de domingo na
romântica Buenos Aires, com um sol bonito, um céu completamente azul e uma
temperatura agradável. O que deveria ser uma manhã e tanto, não fosse pelo fato
de que os argentinos não estavam tão animados quanto nós com a manhã, o sol e
com o que quer que fosse. Saímos pela Maipú e seguimos até a esquina com a
Avenida Córdoba, notamos que as lojas estavam ainda fechadas, a essa altura já
era por volta das dez horas da manhã. Eu parei em frente a uma loja de vinhos
admirando a bela estética daquela vitrine (sou apaixonado por vinhos) e havia
um senhor porteño a quem Ela perguntou se as lojas não costumavam abrir aos
domingos. O senhor olhou com descaso e disse que estavam todas abertas, eu
achei que era pegadinha, por que todas as lojas que vimos na Av. Córdoba
estavam fechadas, incluindo a loja de vinhos que estava ao nosso lado. Deixamos
pra lá o mau- humor do homem, e seguimos até a Nove de Julho, onde vimos o
obelisco. Havíamos lido uma matéria ainda no avião sobre a Calle Corrientes, a rua que nunca dorme, seus teatros, e seus
sebos. Decidimos caminhar por ela. Para a nossa sorte havia lojas abertas.
A Corrientes é uma rua larga, há nela acesso a estações de metrô e realmente muitos cinemas, teatros e alguns sebos e cafés emblemáticos da boemia argentina e a sorveteria Freddo que também é outro patrimônio do país. Paramos depois de caminhar em um restaurante com aquele aspecto que se espera quando você vai para a Argentina, janelas grandes de madeira, mesas pesadas e antigas, um balcão que parece ter sido tirado de um filme dos anos trinta e os garçons vieram junto no pacote, da mesma época. O que mata é que os garçons não estavam nem um pouco a fim de nos atender. O atendimento beirava o revoltante. No início achei que fosse por causa da "propina", os dez por cento que não estão constando na conta mas que você paga para o garçom, a gorjeta que aqui no Brasil já vem discriminada, em muito lugares eles nem mesmo explicam isso, e não é raro os brasileiros saírem sem dar a gorjeta. Porém, mesmo depois que eu deixei claro num tom de cordialidade que já sabíamos que a gorjeta seria à parte, o atendimento não melhorou em nada. Pedi uma garrafa de 350 ml de vinho argentino, veio quente, e nem era época de São João. Foi a primeira vez na vida que paguei uma gorjeta com remorso por tê-lo feito, mas como eu já havia avisado que pagaria, não voltei atrás, mas não foi merecida. Pelo menos as media lunas estavam boas, mérito do cozinheiro, que nem ganhou gorjeta.
Café localizado na Avenida Corrientes. Não entramos, mas a vitrine é charmosíssima. |
A Corrientes é uma rua larga, há nela acesso a estações de metrô e realmente muitos cinemas, teatros e alguns sebos e cafés emblemáticos da boemia argentina e a sorveteria Freddo que também é outro patrimônio do país. Paramos depois de caminhar em um restaurante com aquele aspecto que se espera quando você vai para a Argentina, janelas grandes de madeira, mesas pesadas e antigas, um balcão que parece ter sido tirado de um filme dos anos trinta e os garçons vieram junto no pacote, da mesma época. O que mata é que os garçons não estavam nem um pouco a fim de nos atender. O atendimento beirava o revoltante. No início achei que fosse por causa da "propina", os dez por cento que não estão constando na conta mas que você paga para o garçom, a gorjeta que aqui no Brasil já vem discriminada, em muito lugares eles nem mesmo explicam isso, e não é raro os brasileiros saírem sem dar a gorjeta. Porém, mesmo depois que eu deixei claro num tom de cordialidade que já sabíamos que a gorjeta seria à parte, o atendimento não melhorou em nada. Pedi uma garrafa de 350 ml de vinho argentino, veio quente, e nem era época de São João. Foi a primeira vez na vida que paguei uma gorjeta com remorso por tê-lo feito, mas como eu já havia avisado que pagaria, não voltei atrás, mas não foi merecida. Pelo menos as media lunas estavam boas, mérito do cozinheiro, que nem ganhou gorjeta.
À
noite fomos ao Puerto Madero, e
comemos no Siga la Vaca, que havia
sido a sugestão do taxista. Depois eu conto a experiência quando for falar da
comida na Argentina.
Ainda
tem mais história, pra postar na sequência. ;)
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