Vou abrir essa parte do site que criamos pra falar de uma
das nossas paixões: vinhos. Pra muita gente, é só mais uma bebida alcoólica,
mas vamos ser sinceros, é a bebida mais charmosa que existe. Sério! Um vinho
carrega história junto dele. Qualquer vinho, mesmo o mais vagabundo (desculpem-me os
puristas), tem sua carga de história, de onde veio sua uva e de como ela foi
transformada em vinho, e há uma carga tão grande de informação envolvida
que eu costumo brincar com a ideia de que o vinho é uma bebida que exige
leitura. Exige mesmo. Não sei ainda o quão entendedores de enologia serão
nossos leitores, mas já vou avisando que eu sou um entusiasta, não sou nenhum
sommelier e posso eventualmente dizer algo que pareça um sacrilégio aos olhos
de um profundo conhecedor. Quando o fizer, me perdoem e, por favor, indiquem leitura a respeito.
Sou um apreciador dos vinhos tintos do Novo Mundo mas, por ironia, vou abrir esta seção do site falando sobre um vinho branco do Velho Mundo. Assitimos a um show do Lenine em Santo André, e após o término, fomos à Padaria Bella Vitória (escreverei sobre a padaria em outro post), onde, à noite, serve-se um buffet de sopas, pães e doces, de boa qualidade e variedade razoável, ambos optamos por uma sopa de quatro queijos e achei que seria apropriado harmonizar (vinho tem que ter sua parcela de frescura para ser interessante) com um vinho branco. Falando agora sobre isso de harmonizar, para quem ainda não entende, cada vinho acaba ficando mais saboroso com determinados pratos, assim como os pratos tem seu sabor valorizado pelo vinho certo, de maneira simplória, isso é o que se faz ao harmonizar um prato a um vinho. No caso, pelo fato de a sopa ser um caldo de queijos, relativamente leve, um vinho branco meio seco era uma escolha até óbvia.
A padaria tem uma boa carta de vinhos e optamos pelo Alemão Black Tower, que embora não seja um vinho caro ou muito rebuscado, se mostrou muito agradável. É um vinho leve, frutado com toques de maçã, tem baixa graduação alcoólica, apenas 9,5°. Um vinho bem fácil, feito a partir de uvas Rivaner ou Müller Thurgau, a segunda uva mais produzida na Alemanha, que depois descobri que é um país que consome dez vezes mais vinho que o Brasil: cerca de 25 litros per capta por habitante por ano. Vou confessar que até então eu associava vinhos alemães aos Lebfralmilch, para os quais eu já encontrei a tradução: leite da mulher amada ou leite de Nossa Senhora, e realmente não sei qual é a correta, mas a verdade é que esses se tratam de vinhos menores, doces de uma maneira até enjoativa a certa altura, vendidos em garrafas azuis e geralmente bem baratos.
Fica a recomendação do Rivaner que, por sorte, na padaria custou-nos bem pouco: R$ 27,00, o que é praticamente seu preço na prateleira de um supermercado, mas creio que pode alcançar preços um pouco maiores em restaurantes. Ainda assim, pelo prazer descompromissado que ele apresenta, vale seu preço.
Na próxima vez falaremos de um tinto para criar um hábito. Até lá, e Salut!
O que eu achei: